24 de ago. de 2019

[Crítica - Filme] Brinquedo Assassino


Quero começar dizendo que fui já com repulsa ao filme.
Não gostava da ideia do Chucky não ser mais um brinquedo possuído, não gostava do Andy ter 13 anos e menos ainda gostei do visual novo do brinquedo. Talvez, por eu ter um apego enorme com os filmes antigos julguei antes da hora (que junto com "A Hora do Pesadelo" foram os filmes que me deram medo na infância).
Bem, o novo filme não é nenhuma obra prima, mas tá longe de ser um desastre.
A ideia de fazer um "Black Mirror" com o Boneco funciona, pois agora o medo tá no que a inteligência artificial dele pode aprender com nós humanos e no fato dele controlar outros sistemas por sua conectividade, o que gera ótimas situações de mortes interessantes.
Deixando o sobrenatural de lado, o filme consegue entrega algo novo e diferente, e foca em outros dramas e críticas. Enquanto o filme original possuía algumas críticas ao consumismo, esse trás uma nova sobre como nos relacionamos com a tecnologia, e como essa conexão entre tudo que as grandes corporações criam pode nos matar. Literalmente. Com muito sangue inclusive.
O filme consegue se levar a sério no início, o que é interessante, mas todas as cenas de assassinatos no final tem todo o charme trash que esse filme precisava.
Surpreendentemente o filme me divertiu, então fica a dica pra quem gostar da franquia e de uma boa dose de trash.



Mas eu ainda odeio o visual novo do Chucky.

16 de ago. de 2019

[Crítica - Filme] Era uma vez em... Hollywood

Eu não quero chegar e soar como aqueles críticos cults do tipo "nossa, eu amooor Tarantino", mas não dá pra negar que esse cara tem um ótimo talento em seus roteiros e em sua direção peculiar.
Com isso, é inegável a expectativa para o seu nono filme, dessa vez juntando os astros que são Leonardo DiCaprio, Brad Pitt e Margot Robbie. E será que cumpriu o que prometeu?


Nesse filme, o diretor consegue entregar algo diferente do que o público espera em suas obras. Substitua a violência desenfreada por um clima melancólico que te transporta para a Hollywood dos anos 60, pouco antes de acontecer um grande crime que entrou para a história.
Não vou me estender e dar spoilers, mas quem sabe o final da história da Sharon Tate sabe onde isso vai chegar.
Porém, mesmo utilizando essa história de pano de fundo, Tarantino quer focar em seus personagens autorais, o ator Rick Dalton e seu dublê Cliff Booth, que servem como guias em uma viagem no tempo para a época do "iê iê iê". O filme tem uma linha narrativa muito tênue, o que pode incomodar algumas pessoas, que dizem que o filme não tem foco por ser muito episódico, o que na verdade é uma estratégia deveras interessante.
Neste filme, que parece uma carta de amor ao cinema pelo diretor, conhecemos dois personagens com diversas camadas que conseguem agradar com seus diálogos rápidos, marca registrada do Tarantino.
Porém, não posso de citar algumas coisas que me incomodaram. A forma como deixaram Sharon Tate meio rasa e mais como uma idealização que uma personagem é algo que me só me prendia ao filme por conhecimento prévio da história.


Inclusive, gostaria da opinião de alguém que não conhece a história real para saber se o filme conseguiu cativar da mesma forma.
Outra coisa que me incomodou um pouco, já levando ao lado técnico, foi a montagem, que em alguns momentos fica meio descompassada e repetitiva.

No geral, o saldo do filme foi bem positivo pra mim e algumas coisas a serem problematizadas já saem dos quesitos técnicos, e "Era uma vez em... Hollywood" consegue ser uma viagem melancólica para a mente dos astros dessa incrível cidade cinematográfica do fim da década de 60.

7 de ago. de 2019

[Crítica - Filme] Velozes e Furiosos: Hobbs & Shaw

Afinal: o que esperamos de um Velozes e Furiosos?
Parafraseando a filosofa moderna, só quero "Tiro, porrada e bomba" (POPOZUDA, Valesca 2014).


Faz tempo que a franquia abandonou as história de rachas ilegais para se tratar de espionagem e tramas de ação a níveis globais, servindo ao mesmo tempo como uma homenagem e uma paródia aos filmes de ação "brucutus" dos anos 80, onde os heróis não respeitam a física do mundo real.
Agora, o fato de você gostar ou não deste filme depende muito da sua relação com esses filmes.
Eu por exemplo, amei e me diverti horrores.

A química de dois personagens que se tretam mas tem que trabalhar juntos (bem ao estilo "Máquina Mortífera") funciona muito bem quando bem escrita, e esse trata os marombados como alunos de quinta série, onde fazem piadas de duplos sentidos e se xingam o tempo todo. E isso é incrivelmente divertido. Nem todas as piadas funcionam, mas a maioria sim, e isso sustenta bem a trama.

Resultado de imagem para hobbs e shaw

As cenas de ação, o prato principal do filme, são 80% excelentes.
Tirando uma ou outra (o que infelizmente inclui uma logo no início do terceiro ato) que são filmadas de forma meio confusa, o resto flui bem. E todas elas são extremamente exageradas, com pessoas se jogando de prédio, explosões onde não deveriam existir, entre tantas outras. E não encarem isso como demérito, pois essa é a proposta do filme!

Se é dada uma nota boa ao filme é pelo que ele se propõem, e como uma diversão escapista, "Hobbs & Shaw" funciona extremamente bem.
Só não dei nota maior pois, além da cena de ação que citei, achei o filme em algumas momentos meio enrolados. Tipo, ele poderia ser mais curto.
Bem, eu nunca esperei de um "Missão Impossível" ou um "007" um realismo, um roteiro profundo nem nada, e "Velozes..." está neste caminho sendo exagerado como era James Bond em seus tempos áureos.